Ratificando a Denúncia em Depoimento na 13ª Vara em Set/2015, perante o então Juiz Sergio Moro.
Em 2015, bem no auge da Histeria Coletiva que dominava a Nação, regida pela Mídia associada aos propósitos obscuros da Operação Lava Jato, fui intimado pela 13ª Vara Federal de Curitiba para prestar depoimento acerca dos fatos que envolviam a Escuta Ambiental encontrada na Cela do Doleiro Alberto Youssef.
Sob a Vara do agente público Juíz Federal Sérgio Moro, que o povo acreditava estar servindo ao Estado Brasileiro e que à época já vinha sendo muito bem representado nas ruas e manifestações por um gigante boneco de "Super Homem inflado e oco", não me furtei ao cumprimento do meu dever.
Me recordo como se fosse hoje daquele dia, quando era mantido afastado compulsoriamente da família que permanecia indefesa e exposta em Curitiba/PR.
Exilado na Delegacia de Paranaguá/PR por força de ordem de missão que partiu dos dirigentes da Polícia Federal de Curitiba/PR, ou seja, das mesmas figuras citadas por nós na denuncia que apresentamos à Corregedoria da PF em Brasília e ao Procurador do MPF/PR, precisei viajar até a Capital, passar rapidamente em casa para dar um "oi", um beijo, um abraço na esposa e filhos, colocar um terno e me dirigir até a presença do inquisidor com mais antecedência do que seria o habitual, afinal, não eram tempos normais, e qualquer pestanejada poderia resultar em um processo por desobediência. Não tenho outras palavras que melhor expressem aquele momento do que o vocábulo TERROR.
Foi num bate-e-volta — Paranaguá-Curitiba-Paranaguá — dirigindo por uma das rodovias mais perigosas do Brasil, cruzando a Serra do Mar, acometido por um resfriado, voz rouca e extenuado física e mentalmente, mas guiado por alguma força que está muito além da nossa compreensão humana, que consegui cumprir com aquela missão, talvez a mais solitária de todas na minha vida profissional, uma vez que sequer o nosso Sindicato disponibilizou um advogado para nos acompanhar.
Bom, não fui preso pelo inquisidor no Tribunal, não fui preso no caminho de volta para Paranaguá e consegui dormir mais um dia o sono dos justos, então, foi mais uma pequena vitória que levarei para minha história passada neste "Pálido Ponto Azul" chamado Terra.
Estava encarcerado. Só que eu mesmo era o preso, o policial, o carcereiro e a minha própria escolta.
Agente Dalmey Werlang
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