Memória: "Delegados promovidos na gestão Moro teriam ordenado grampo ilegal, diz sindicância"

Escuta foi colocada em cela da Lava Jato em 2014; policiais acusados faziam parte da cúpula da operação na época

Redação
Brasil de Fato | São Paulo (SP) | 12 de Julho de 2019 às 13:36

O (ex) ministro Sérgio Moro e o delegado Rosalvo Ferreira (ao fundo) durante evento em Brasília
Marcelo Casal Jr. | Agência Brasil


"Três delegados que atuavam na linha de frente da Lava Jato e que hoje compõem a cúpula da Polícia Federal (PF) e do Ministério da Justiça são acusados de terem ordenado grampos ilegais contra prisioneiros da operação, em 2014.

Dois desses delegados foram promovidos e nomeados para funções em Brasília neste ano, na gestão do atual ministro da Justiça, Sérgio Moro.

Análise feita por uma sindicância da PF, e revelada nesta sexta-feira (12) pela revista Veja e pelo site do jornal Folha de S. Paulo, aponta que uma escuta instalada em cela de presos da Lava Jato, em 2014, gravou irregularmente 260 horas de conversas.

Os grampeados foram o doleiro Alberto Youssef (que descobriu e denunciou o aparelho de escuta), o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e a doleira Nelma Kodama.

Ainda em 2014, o delegado Maurício Moscardi Grillo abriu uma primeira sindicância, mas esta concluiu que o aparelho estava inoperante. O delegado chega a tal conclusão sem ouvir o agente Dalmey Werlang, que era responsável por instalar esse tipo de escuta, e sem encaminhar o equipamento à perícia.

Segundo o relatório de Grillo, a escuta havia sido instalada legalmente em 2008, para investigar o traficante Fernandinho Beira-Mar.

Mas um novo depoimento de Dalmey, colhido em 2015 pelo delegado Mario Renato Fanton, mudou o rumo do caso.

Dalmey disse que instalou a escuta a pedido de três delegados que comandavam a Lava Jato: Igor Romário de Paula, Rosalvo Ferreira Franco e Márcio Anselmo.

Todos trabalham hoje em Brasília. Anselmo foi alçado a coordenador geral do departamento de repressão à corrupção e lavagem de dinheiro da PF em abril de 2018, quando o ministro da Justiça era Osmar Serraglio, no governo Temer.

Já os outros dois subiram com Bolsonaro no governo e Sérgio Moro na Justiça. Igor Romário virou diretor de Investigação e Combate ao Crime Organizado da PF em 16 de janeiro. Já Rosalvo Ferreira Franco foi trabalhar ainda mais perto de Moro, assumindo o cargo de secretário de Operações Integradas do Ministério da Justiça em 2 de janeiro..."

Leia a matéria na íntegra no site do Brasil de Fato ...

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Minha participação no ato de desagravo a Lula em frente ao MPF-PR

O Lawfare da "República de Curitiba"